Interessa-nos o pensamento inerente à adaptação dos novos modos de habitar no desenho de arquitetura habitacional, de forma a compreender a evolução das cidades. O objetivo passou por potenciar e aumentar a capacidade de habitação na cidade de Guimarães, numa perspetiva de desenvolvimento do desenho da vivência humana em contexto urbano, estudando novas formas de habitar de acordo com as experiências do dia-a-dia.

Perante um terreno com uma ‘forte personalidade’, dotado de características muito próprias, que devem ser promovidas em conjunto com a peça arquitetónica proposta, no seu processo, optou-se por desenvolver um edifício com uma linguagem contemporânea, formas de simples leitura, reduzindo assim a sua imagem ao essencial. O objeto arquitetónico “nasce” como uma peça monolítica pautada pelas lajes horizontais da estrutura, revelando as paredes exteriores que se revestem de uma “pele” composta por painéis de vidro lacado, que permitem ao edifício tirar partido do reflexo e da “apropriação” da envolvente na sua própria pele. Esta pele é “rasgada” nas zonas destinadas a espaços exteriores, onde o ripado de madeira é o material predominante, envolvendo todo o espaço.

A intenção é criar uma unidade habitacional com uma identidade definida, com as suas características e o seu próprio espaço e diálogo, uma intervenção que reclame o seu direito, se afirme, mas que se integre, não como uma “fratura”, mas como complemento.