A exposição Time Space Existence, extensão da Bienal de arquitetura de Veneza, promovida pelo European Cultural Centre, convida-nos a refletir sobre o binómio Espaço-Tempo, sobre as questões da nossa condição humana contemporânea, a sustentabilidade, a condição de vida, a gestão de recursos e o necessário equilibrio social.
Partindo do pensamento arquitetónico e no papel que a arquitetura pode e deve desempenhar no âmbito social, somos incentivados a repensar novas formas e conceitos de habitar e co-habitar, o conceito de comunidade, entre o homem e o homem, entre o homem e o meio.
A nossa apresentação materializa-se numa colecção composta por 5 momentos, nos quais promovemos uma conversa reflexiva com o observador, um convite à discussão sobre a temática da sustentabilidade na arquitetura e construção. Sendo um tema bastante comum, presente e sensível, pretendemos que o conceito de sustentabilidade seja apreendido e discutido com uma maior amplitude, menos imediata, de algum modo libertando este conceito de uma mera contagem de pegadas de carbono, de propriedades materiais ou consumo de recursos, antes sim, interessa-nos a abordagem deste conceito no domínio do espaço, identificando-a como Sustentabilidade Espacial.
O observador é convidado a refletir sobre a Sustentabilidade Espacial, neste caso sobre o espaço excedente. A obra apresenta-se como uma tela de 2,00m x 2,00m onde o espaço excedente absorve o maior recurso material e espacial.
No centro deste espaço, apresentamos o espaço útil, uma obra do artista plástico Rafael Oliveira, com 0,20m x 0,20m. Há uma indução visual centrípeta na peça, que nos obriga a uma abstração inconsciente do espaço excedente, do supérfulo, do Não Espaço.
A luz sobre o vazio, remete-nos para uma exploração visual e sensorial relativamente ao consumo excessivo dos recursos energéticos. A luz projecta-se sobre a parede crua, sem um propósito definido e identificável.
O conjunto de 4 telas, intitulado por espaço expectante, apresenta-se como uma crítica ao Não Espaço como algo funcionalmente questionável. A repetição formal e regular da forma e a sua aleatoriedade dispositiva impele-nos a uma procura de elementos que nos permitam descodificar o seu propósito no espaço. Os post-it, centrados nestes momentos aleatórios, procuram dar resposta, descrevendo momentos decorativos que, muitas vezes, pela sobrecarga de informação, anulam a espacialidade do lugar.
A indecisão do espaço remete o observador para a indefinição espacial. Pretende expor o sentido de “não-pertença” de um lugar, pela sua falta de identidade espacial e funcional. A procura pelo posicionamento correto da “tela completa” reflete a busca pela definição e otimização espacial, que pretende maximixar os espaços úteis em detrimento dos “não-espaços”.
A porta, enquanto elemento de compartimentação do espaço, é neste caso desmaterializada, fragmentada. Estimulamos o observador a reflectir sobre este lugar comum, o elemento que abre ou encerra algo, que define o público do privado. Procura-se pensar este elemento que, seguindo convencionalismos obriga a uma definição absoluta e intransigente do espaço, tornando-se um bloqueador do mesmo.
Somos um estúdio de arquitetura completo, localizado no centro de Guimarães. Da estratégia à implementação, estamos aqui para ajudar.
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