Este projeto nasce de um incêndio que interrompeu o ritmo da casa e, com ele, as rotinas de quem ali vivia. Mais do que reconstruir paredes, tratou-se de perceber a urgência do momento e responder com a celeridade que a situação exigia.

O apartamento, marcado por compartimentos rígidos e funções definidas, já não refletia os modos de habitar de hoje em dia. A intervenção foi uma oportunidade para dar um novo fôlego ao espaço. Trouxemos mais luz, mais ar e, sobretudo, mais liberdade.

Liberdade para que os espaços deixassem de ser apenas salas, quartos ou corredores. Para que fossem, antes, lugares abertos à interpretação e à mudança. Pensados não para impor funções, mas para as acolher, hoje de uma forma, amanhã de outra.

Este não é apenas um projeto de reabilitação. É um projeto de entendimento da casa, as suas memórias, mas também as necessidades atuais de quem nela habita. Porque, no fundo, uma casa é sempre isso: um corpo vivo, capaz de se adaptar, de crescer e de recomeçar.